Deito a cabeça na almofada vestida de branco. Lá fora o mundo grita e sangra as lágrimas que não pensávamos que pudessem chover.
A inquietação espreita à porta do quarto, transfigurando as sombras que se erguem em mim.
Procuro a tua mão, para me acalmar, sabendo tão bem que aqui não está.
O silêncio das mortes, que sei, acabaram de nascer, ecoa nas minhas ilusões.
O silêncio das mortes, que sei, acabaram de nascer, ecoa nas minhas ilusões.
Procuro o teu corpo, para me proteger, ainda que saiba que não o vou encontrar.
A solidão das ruas arrefece o meu coração e esta cama vestida de branco onde, sozinha, me deito.
A solidão das ruas arrefece o meu coração e esta cama vestida de branco onde, sozinha, me deito.
Procuro as tuas palavras para me aninhar, mas não chegam com o luar que me olha pela janela.
Deito a cabeça na almofada vestida de branco.
Lá fora a morte cobre a lua e, como num nevoeiro cerrado, deixo de ver o lado de lá da ponte.
Dou-me a mão enquanto me deito abraçando as pernas dobradas junto ao peito.
Fecho os olhos e digo baixinho, quase em surdina, "dorme bem"...
Liliana