Sorrio com a luz parda do fim-do-dia e pinto a minha história com uma aguarela encantada. Olho a cidade beijada pelo Tejo e peço-lhe emprestados os acobreados que a abraçam.
É tão bonita a vida vista do alto do meu sorriso!
Procuro o espelho em forma de coração que guardo na mala, e penteio o teu carinho com as mãos. Todos os teus gestos ganham um brilho novo quando olhados com um sorriso. Escolho as palavras em que te quero ouvir e mergulho tudo o resto no rio.
É tão macio o tempo que passa sorrindo!
Dispo-me muito devagar, ao ritmo do cair do Sol, e procuro o calor do teu abraço. Lisboa espera, ansiosa, que a Lua se levante e a cubra com o seu olhar velado com que sorri para mim.
É tão sensual o respirar da cidade nas noites em que sorrimos!
Fecho a janela do quarto e deixo-me embalar no teu sorriso quente. O teu corpo envolve o meu no ondular prateado do Tejo e a cidade afasta-se para não nos incomodar.
É tão real o amor que fazemos quando a Lua sorri!
Liliana