pintando nas águas do rio o teu reflexo do meu querer
Eu sei que te acordo e te atordoou e te chamo e te puxo
do sítio onde, tantas vezes, não estás
Eu sei que sinto e vivo e rio e choro
os sorrisos e as lágrimas
que, tantas vezes, não chegam a ti
Eu sei que, o que sentes e respondes e dizes,
é, sempre,
o pleno reflexo do sítio onde,
afinal,
sempre estiveste
Eu sei que tenho o condão de ler nas
palavras
o seu lado mais bonito, o seu poder utópico
que, quase todas as vezes, não espelha toda a verdade
ou pesa,
tantas vezes, muito mais que a sua vontade
Eu sei que, se, depois das mãos enlaçadas, os olhares trocados, as bocas humedecidas, os corpos trocados, os momentos tantas vezes vividos e partilhados,
não estás,
jamais estarás
Eu sei que, muitas vezes,
te culpo
por não sentires
não partilhares
não chamares
não estares
não responderes
não viveres
o tanto que te vivo
Eu sei que, nessas vezes, esperneio, resmungo, amuo, regateio, analiso, descrevo, vejo, percebo, sinto, entendo
Eu sei que,
todas as vezes,
estás mesmo aqui
como podes estar e
com o que tens para dar
E
eu
sei
que,
todas
as
vezes,
é
no
teu
abraço
que
vou
ficar
Liliana