Ensinas-me a esperar sentada à beira-rio, afastando o peso da inquietação que altera a corrente que desagua no mar.
Ensinas-me a dançar ao som do silêncio que retiras do baú dos fantasmas e enfeitas com o pôr-do-Sol sobre a cidade.
Ensinas-me a pousar o olhar, devagar, sobre as asas duma gaivota que assenta o seu vôo nos ventos calmos do sul.
Aprendo a sentir cada dia como o passar do inevitável que não se deixa intimidar pelo esperado ou desejado.
Aprendo a colocar na palma da mão os impulsos descompassados e encerrar os dedos à sua volta para que não se libertem pelo jardim.
Aprendo a desenhar silêncios inquietos e olhares de desejos livres num caderno que abro em sonhos e vivo até o amanhecer.
Liliana