terça-feira, janeiro 07, 2014

Mar

Da tua mão enlaçada na minha, onde
os dedos se confundem e se misturam
as veias com o correr do sangue.

Do teu corpo que se aproxima 
do meu e que, devagar, aumenta o ritmo 
da respiração e do bater do coração.

Da cama onde as nossas pernas se
enlaçam e os braços se fazem âncoras 
quando nos damos e desaguas no meu mar.

Dos lençóis, brancos, enxovalhados 
da tempestade, que fazem o ninho dos corpos 
suados, cansados. 

Dos dois corpos juntos que, devagar 
voltam a si recuperando 
a respiração e bater do coração.

Das mãos que se passeiam 
pelos lençóis, dunas e planícies 
em paz, sem ventos nem marés, 
estendidas apenas à beira-mar.


Liliana