virados a Sul, a caminho do futuro,
vejo sempre projectados,
sem telas nem audiência,
os capítulos dum filme passado.
Quando lhe viro as costas,
em busca de um novo caminho,
logo o presente me traz,
enrolado em pergaminho,
a lista das parecenças dum tempo há tanto arrumado.
Se te dou a mão em busca
de ligação ao presente, sinto,
no fundo do ser, uma pontada profunda que dói
e me remete para o tanto que já foi.
Do futuro quero apenas tudo o que vivi
sem dores, mágoas ou medo.
Ao presente, peço apenas deixe entrar
o novo sem comparações nem pré-conceitos.
Quanto ao passado, espero que fique, sem sair,
no sítio onde, sozinha, o fecho e o enterro.
Liliana