terça-feira, dezembro 10, 2013

Madiba

Hoje despeço-me do que é já só o teu corpo. Serás embalado no colo dos que, como tu foram inspiração, força, despojo, aceitação e luta. Liberdade.

Ensinaste-me que a única forma de levantar voo e bater asas livremente vem da capacidade (não negar, não apagar) mas de aceitar os homens com as suas mesquinhas maldades e conseguir, com a força de quem caminha sobre as águas, despir a raiva que nos invade o corpo.

Mostraste-nos ainda com a força de quem o já tinha dito há tantos anos, que somos todos iguais, filhos da mesma matéria e irmãos de tantas formas.

Com o teu povo lutaste pela paz e em todos nós reacendeste a força, a necessidade, a imperabilidade dessa luta que, de longe percorremos contigo. Uma luta difícil para quem põem de lado as mágoas profundas e segue para a guerra sem armas nem arremessos.

Foste um homem de olhar tranquilo e sorriso meigo, gritando ao mundo que sempre que um homem quer duma derrocada ergue-se uma nova ponte. E pelas pontes nascidas de ti, os homens aprenderam a olhar-se e a reconhecer-se uns nos outros.

Hoje despeço-me de ti e já me fazes tanta falta...

Liliana