As paredes são frias mas macias
Sei que estou mais alta e sei que devo ficar feliz
Sinto o vento nos cabelos e o cheiro a mar
Quase que largo a mão para abrir os braços no ar
mas algo me impele a ficar, a parar, a estar apenas
Algo prende a águia que quer voar
e gritar a plenos pulmões que aqui estou
E dou-me a mão como se somente só estivesse bem
"Cá fora" tudo parece cinzento
como se capaz de infectar a alegria de aqui estar
Então contenho-a em mim
Guardo-a para que não entre em contacto com o exterior
E ela encolhe para caber cá dentro
E depois minga para não dar nas vistas
E um dia deixa mesmo de respirar
E eu dou-me a mão para me lembrar como era
Liliana