No dia em que descobri que o tempo acaba, que o "meu" tempo não é infinito, percebi que o momento é agora.
Aquela ideia de guardar na gaveta os mil projectos que nos fazem brilhar os olhos e vibrar o coração teria de ser revista e virada do avesso.
A vontade abafada de criar teria de ser arejada.
A dúvida eterna se serei ou não capaz teria de ser, por fim, respondida.
No dia em que descobri que o meu tempo não é infinito, percebi que as mudanças se fazem com calma.
Lançam-se os dados e jogam-se as peças com cuidado, no tabuleiro frágil do dia-a-dia.
O momento é de introspecção e preparação, e o agora estende-se sem criar ansiedade.
Não se corre atrás dos dias, antes eles avançam connosco, ao nosso lado, à nossa velocidade.
No dia em que descobri que o momento é Agora, percebi que o agora se constrói com Calma.
Liliana