estou sozinha.
Não o sou, mas estou-o por definição.
Ainda que te veja por entre as folhagens e matizados do fim-do-dia.
Estou sozinha.
Neste lugar quente e escuro não sou, somos, ou fomos.
E por mais que te procure, por entre
folhagens e folhagens
e matizados de fim-do-dia,
encontro-te sempre tão longe do que fomos, ou somos,
que passo a estar, aqui, sozinha.
Estico a mão em busca do que somos
e por entre as folhagens da manhã tento desconstruir
este lugar escuro e quente onde estou,
e onde, por entre medos e hesitações,
quero saber-te por perto.
Não sou, estou. Aqui, neste lugar indizível
onde me vejo sozinha.
Procuro um abraço por entre as folhagens dos dias passados,
e peço-te que a cicatriz do que fomos não marque os matizados
do tanto que ainda podemos ser.
Liliana