escolho o caminho ao sabor do vento.
Viro, subo, encosto e descubro o tanto
que tenho dentro de mim.
Sigo pela margem
dum rio que desconheço, e que espelha
a paisagem de tudo o que sou.
Há sempre descobertas nas viagens,
e esta ensina-me a olhar
para lá das mãos, cansadas do volante.
Entro no carro e sigo em direcção
ao início, com esperança de sarar o agora
e consertar e futuro. Numa espécie
de salvação sintomática.
Ando à roda sem saber por onde seguir.
Nunca gostei de viajar sozinha.
Perco-me nos caminhos e nas curvas.
Encosto e saio do carro, procuro
uma referência conhecida, que me
remeta ao meu mundo.
Vejo Lisboa e as suas colinas.
Avisto o Tejo e as suas águas brilhantes.
Sinto o Luar e o seu abraço.
Estou de volta a casa!
Liliana