que comanda a vida,
vais aparecendo aqui e ali,
como que lembrando que existes
sem te aproximares
o suficiente para seres.
Nestas rodas me perco
sem saber se avanço ou me afasto,
se te espero ou te apago.
Danço com os ponteiros
num tango a muitos tempos,
que parecem demorar
décadas a passar.
Há silêncios.
Há abismos.
Há tanto mar
por navegar,
que, se pensar devagar,
ao ritmo das rodas dentadas,
consigo perceber que dificilmente
algum sonho vai sobreviver.
Depois vejo-me aqui,
descalça na areia molhada
pelas ondas dos dias
que passam tão iguais
e oiço, ao fundo,
o relógio das rodas dentadas.
E há um horizonte
sem fim
de areia
e mar
e pôr do sol...
e eu.
Liliana