quarta-feira, março 02, 2011

Vês o ritmo que balança no ar, Tom?!

Há um ritmo diferente na margem do meu caminho.
Descobri-o no meio da tralha, entulho dos dias, que acumulo sem me dar conta por entre os lençóis os sofás atrás das panelas na mala do carro na carteira nos bolsos...

Há um ritmo que me altera a pulsação e me faz respirar à margem do meu compasso.
Tropecei nele num dia frio de nevoeiro e chuva e, aos poucos, dei-me conta que o trouxera comigo.

Há um ritmo diferente que balança à margem dos barulhos do dia-a-dia da cidade.
As pessoas os carros as crianças todos parecem alheios a ele, ritmo desigual a que o meu corpo já se habituou e, naturalmente, segue.

Toca um ritmo diferente à margem das músicas da rádio e dos MP3 e dos CD's, e é esse o ritmo que danço, é esse o ritmo que canto, é esse o ritmo que marca o meu conto...

Liliana


"Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Seu doce balanço, a caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, porque estou tão sozinho
Ah, porque tudo é tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor"

"Garota de Ipanema" de Tom Jobim