Recorto os horários e colo-os nos azulejos da cozinha. Não podiam ser mais díspares!
Olho para os (muitos) relógios que tenho espalhados pela casa, cada um diz uma hora diferente do outro, ou pelo menos uns minutos: "são dois p'ra lá, dois p'ra cá"(*1).
E com esses quatro, fui deitar-te e (tentar) organizar a manhã seguinte. E assim o fiz. Ou pensei que o fizera.
Sabes, meu querido, sinto-me baralhada. Com os horários. Com os tempos entre horários que passo no carro "esperando, esperando, esperando alguém. .."(*2)
Esta manhã instalou-se o caos, porque apesar dos dois despertadores programados, ninguém acordou na hora certa para te levar a ti e a ti levar também .
E, com este sentimento de baralhação, te levantei, te chamei, me vesti e saímos, sem telemóveis, o que nos valeu mais uma subida é certo, mas saímos. Muitos minutos para além dos que devíamos ter saído, e que todos somados dariam exactamente a hora a que devíamos ter acordado.
Fomos fugindo ao trânsito e aos acidentes, também muitos (talvez de pessoas tão atrasadas como nós mas que chegarão muito mais tarde com certeza), andámos o melhor que pudemos, com a ajuda Maria Papoila sempre tão expedita com as alternativas e as fugas à confusão. Mas o resultado, apesar do tanto esforço, não foi diferente do esperado.
A verdade, meu querido, é que de cada vez que olho para os horários, para os mapas de testes, para a agenda com tanto por fazer... para as actividades... para as explicações... para os gatos por cuidar... para a catequese, para a roupa por comprar... e para os horários e para a agenda com tanto por fazer... sinto-me, baralhada...
Com muito amor,
Mãe
(*1)João Bosco e Aldir Blanc
(*2)Chico Buarque de Hollanda