terça-feira, junho 04, 2019

Métropolitain

Um túnel, tipo Metro
Cadeiras alternadas
Vermelha, beje
Beje, vermelha
Luzes ao fundo
Um palco de palmo e meio
E no bar, ouve-se o gelo
As luzes à meia luz
E o espaço pintalgado
De mesas redondas
Uma bateria esconder-se sozinha
Por entre os vários micros
Pessoas entram e espalham-se
Pelas cadeiras
Sentam-se, levantam-se
E vão ao bar
E voltam de copo na mão
Mudam de lugar
Ainda falta tempo
E o gelo canta, no bar

Um túnel, tipo Metro
Uma rua de Paris, talvez
Onde o Sol ainda brilha
E cá em baixo o espaço
Vai ficando cheio
Longe do fumo cinéfilo
A música de fundo sobe
E as vozes aumentam o volume
Para se ouvirem
Os músicos entram, indecisos
Sobem, descem e sentam-se
A sessão vai começar
Há casais e grupos à conversa
E ela sozinha, à minha direita
De frente para o palco
As luzes escurecem
E ganham cores
Enquanto as vozes procuram
Lugar para sentar
No bar o gelo cala-se
Vai-se tocar Jazz

Liliana Lima