Sentei-me na MARGEM, esgotada, enervada e sem forças para continuar.
Todo o mundo me parecia estar na OUTRA MARGEM.
Mesmo tu, que sentia tocar-me, estavas lá do OUTRO lado.
As vozes chegavam de longe e a cidade parecia desaparecida.
Com o Tejo a desaguar em mim, ouvi a tua voz.
Com a Lua Nova a esconder-se comigo, senti a tua mão.
Com o corpo a tremer num turbilhão de sentimentos, reconheci o teu calor.
Levantei-me, esgotada, dESTA MARGEM.
Olhei à volta e decidi atravessar a ponte para o OUTRO lado e, num só passo, anular as MARGENS.
Liliana Lima