Não digas que já não vês a sombra,
tem-na colada aos pés e às mãos,
cosida com fio de pesca ao coração.
Não te zangues quando a vejo
à tua procura, atrás das colunas,
por entre as caixas, acordando os medos.
Não esperes que não a oiça chamar-te
à janela, do lado de lá da noite,
em vontades inquietas, amordaçando os sonhos.
A sombra a que estás preso
das mãos aos pés,
tolda-te os sentidos
e traz-nos sempre ao início.
Acende a luz
Levanta-te
Liberta os fantasmas
E deixa-nos voar
Lili