Espreito-te pelo buraco da fechadura. Saberás que a porta está entreaberta ?
Seca-se-me a garganta ao ouvir o teu canto, "rouxinol não pode cantar". Já estou há tanto tempo ao teu lado sem que a minha canção altere o ritmo da tua. Fará diferença aqui estar?
Encontro-te em todas as ruas e perco-te em cada alvorada. Nunca chegas, verdadeiramente, a ser meu. Saberás que toda eu sou tua?
Procuro no relógio o tempo de me dizer, de te contar, de nos perguntar. Dever-me-ei apagar?
Espreito-te pelo buraco da fechadura.
Devo ou não entrar?
Devo ou não entrar?
Liliana