sábado, janeiro 02, 2016

Não te posso abraçar,
os meus braços não chegam a ti,
as minhas mãos
não encontram as tuas

Procuro o teu cheiro na gaveta das memórias
e encontro-me enroscada em ti
numa noite de luar
com a cidade inteira
a dormir

Não te posso abraçar,
o meu colo está vazio
e a cama,
fria,
só me embala a mim

Sei-te aí, aqui, tão longe e tão perto
que, se fechar os olhos com força,
consigo ouvir o teu respirar
calmo,
tranquilo,
de quem se deixa adormecer
devagar

Não te posso abraçar, ainda
que nestas palavras tenha a certeza
de te tocar,
de te sentir,
ao meu lado,
deitado comigo,
aqui,
deitado em mim
abraçado

(será que me sentes aí?)


Liliana