Cansada de procurar bifurcações no decurso da estrada,
sento-me na beira e recuso-me a avançar.
Não vou,
mas não fujo para dentro da sala em forma de concha com o mar a embalar os sonhos.
Não vou,
mas não conto a história de pernas para o ar para agitar o chão e mudar o caminho.
Não vou,
mas não minto a mim própria, olho para a frente e sei que caminhas longe das estradas, por entre as dunas, onde o vento te sussurra e o sol te aquece.
Cansada de tropeçar nas bifurcações da estrada,
olho para o caminho que fiz.
A cada passo uma curva.
A cada passo um desvio.
A cada passo um precipício.
Sento-me à beira da estrada cansada,
e olho o vazio que se me apresenta.
Procuro no bolso as migalhas dos sonhos impossíveis com que vou marcando no chão o caminho de regresso.
Para se um dia conseguir voltar.
Liliana