quarta-feira, setembro 28, 2011

Olá, tu por aqui, Tó?!

Nem por acaso (será que ele os há?!), hoje lembraram-me este texto.
Vem mesmo a propósito...


Há dias em que tenho saudades tuas, não de ti, mas do teu eu meu. Sim, há dias em que, sei lá porquê, olho para o rio e lembro-me de ti, não de ti, mas do teu eu meu.

Sabes dele? Acaso não o terás encontrado por aí?! Se o encontrares, diz-lhe que estou por aqui...

Há dias em que lembro de coisas que me disseste... frases soltas, palavras que dançam a valsa no azul do céu e me aconchegam nos dias frios. Lembro-me que acreditei em ti, não em ti, mas no teu eu meu, enquanto dançava contente ao som do que dizias.

Saberás dele? Se acaso tropeçares nele, diz-lhe que estou por aqui...

Há em dias em que quero recordar-me de não me lembrar de ti, não de ti, mas do do teu eu meu. Mas as horas passam vagarosas nos carros que param nos sinais, nas crianças que brincam no jardim, naquele relógio grande em cima da torre da igreja que teima em não acompanhar o meu pensamento que voa, voa para ti, não para ti, para o teu eu meu.

Será que ainda sabes onde ele está? Se o encontrares, diz-lhe que estou por aqui...

Há dias, em que as noites são longas e me levam num remoinho de lembranças, num turbilhão de sentimentos que me puxa, me acorrenta, me prende e me faz sonhar contigo, não contigo, mas com o teu eu meu.

Ainda o conheces? Se acaso o reconheceres, diz-lhe que estou por aqui...

Há noites em que o dia não me trouxe os teus olhos, em que passei pelo mar sem te avistar numa gaivota que voa baixinho sobre as águas, em que tudo parece estar no sítio certo, tranquilamente pousado como uma toalha estendida num campo verde. Nessas noites, entro na cama, encosto a cabeça na almofada, fecho os olhos e suspiro. Passou mais um dia! Um dia sem ti, não sem ti, mas sem o teu eu meu. E a noite cai devagar sobre os lençóis enquanto a Lua, lá no alto, me diz que te viu por aí...



Liliana Lima, 05 de Março de 2009





"-Ela saiu, não sorriu, mal me olhou, mas deixou ficar
O nosso amor pelo chão para eu arrumar
Deixou a dor a correr e a saudade na nossa mesa
Deixou o amor por fazer e a tristeza no ar

-Quando ela entrou, e sorriu-me, e olhou-me, não deixou ficar
O nosso amor pelo chão para eu arrumar
Pôs a ternura a aquecer toda a noite à lareira
Pôs o amor a correr e a alegria no ar, para eu cantar:

-Olá! Tu por aqui?
-Olá... então como vais?
-Tudo vai bem?
-Olha, tudo vai mal para mim.
-Mas tudo vai mal porquê?
-Foi um amor que eu perdi,
Ela partiu, eu fiquei...
Se a encontrares, diz-lhe que eu estou por aqui
- Se a encontrar, direi.

-Ela saiu, não sorriu, mal me olhou, mas deixou ficar
O nosso amor pelo chão para eu arrumar
Deixou a dor a correr e a saudade na nossa mesa
Deixou o amor por fazer e a tristeza no ar

-Ela voltou, e sorriu-me, e olhou-me, e não quis deixar
O nosso amor pelo chão para eu arrumar
Pôs a ternura a aquecer toda a noite à lareira
Pôs o amor a correr e a alegria no ar, para eu cantar:

-Olá! Tu por aqui? (...)"





'Olá, tu por aqui?' letra e música de Tózé Brito

(
Foto de Zé Bicho)