sexta-feira, maio 20, 2011

Será que me conheces?!

Dizes que me conheces. Que vês em mim? De verdade, como tens certeza que me reconheces para além da sombra que o sol, conforme a sua posição, vai projectando de mim no talhado mais ou menos irregular do solo?

Que sabes tu do caminho que esculpi até aqui chegar? Não somos nós frutos de um processo de integração de factores interiores e exteriores que nos vão moldando/e moldamos como quem dá forma o barro que gira nas mãos húmidas do artista?

O que conheces de mim não será apenas um instante, um fragmento do todo que vai desde o nascer ao pôr do sol?

É como se uma fotografia bastasse para me conheceres. E ainda assim, não te parece possível que parte da imagem seja, quase que manipulado por mim? A lente apanha apenas ao lado que dou a conhecer, a expressão que me permito mostrar...

Algum dia paraste para ver o que está para lá da maquilhagem que disfarça o cansaço dos dias e o desânimo das noites?

Dizes que me conheces... Sorrio.



Liliana