Não procures a "chave que abre a porta do castelo de Chuchurrumel"(1)
ela não te vai abrir o sentido da vida...
Levanta o tapete debaixo do qual guardas os tesouros de cada dia
é no pó que se espalha a cada suspiro que respira o sentido de tudo o que em ti vive.
"Ó lua faz-me uma trança
P'ra de dia desmanchar
Guarda-me a última dança
Quando o fio se acabar
P'ra de dia desmanchar
Guarda-me a última dança
Quando o fio se acabar
Gosto de ver o teu rosto
Que a mil caminhos se presta
Para uma noite desgosto
Por uma noite de festa
Voltaria à tua terra
Por um mergulho de mar
Entre a cidade e a serra
Fica algures o meu lugar
Este mundo não tem porta
Nem uma chave escondida
Por trás de tudo o que importa
Vem um sentido p'rá vida
Se te fizeres ao caminho
Em horas de arrebol
P'ra fermentar o meu vinho
Traz-me um pedaço de sol
Vamos escrever uma história
Rever um filme a passar
Logo virá à memória
O que eu te queria dar
Será verdade ou mentira
Como um segredo roubado
Sou como a lua que gira
Hei-de dançar ao teu lado
Este mundo não tem porta
Nem uma chave escondida
Por trás de tudo o que importa
Vem um sentido p'rá vida"
"À porta do mundo" - João Afonso Lima
(cantado por Filipa Pais no CD - A porta do Mundo)
(1) O castelo de Chuchurrumel - Lenga-lenga tradicional