Encosto o meu corpo quente, húmido ainda, ao teu e deixo entrar o Luar na nossa cama. É aqui, neste silêncio abafado desta noite de Verão, que brilha tudo o que te (não) digo. Mil e um arcos que se abrem em mim, cores de todos os tons que guardo, enquanto (não) falamos.
A Lua entra pela janela aberta e dança com as sombras do que calamos. Procuro as palavras certas para me(te) dizer do tanto que trago no peito, mas elas esvoaçam, coloridas, e perdem-se no azul escuro da noite.
No tecto a luz dos carros que passam bate no que te quero dizer e reflecte um arco-íris esbatido, quase imperceptível. É nele que eu, em silêncio, projecto tudo o que te (não) digo.
Hoje, num céu de Verão, vi um arco-íris brilhar para mim. Mil e uma cores que (me) espelham (n)as utopias que iluminam as nossas noites.
Liliana