Enrolando o novelo com as horas vazias do absurdo emaranhado de linhas da alma
Bordando o lenço com que a mão acena no cais a cada despedida que corta o rumo da gaivota
Embalando o vazio tão cheio de palavras cosidas em cima umas das outras para abafar as que não se querem dizer
Alinhavando o alvoroço interno que tropeça no cais e se faz cascata abrupta rompendo as veias e queimando a pele
Retrocedendo os pontos para voltar à rota inicial antes das "chuvas de Maio fechando o Verão"
Enrolando o novelo com os sonhos pintados outra e outra e outra vez porque o Sol sempre nasce quando a Lua se deita
Liliana Lima