segunda-feira, abril 06, 2020

NA minha JAneLA

Na minha janela batem as ondas do mar,
enrolam-se-me os cabelos ruivos 
nesta busca infrutífera pelo sol.

Na minha janela salpicam as estrelas,
enrolam-se-me os inquietos sonhos
numa projecção à luz da lua.

Na minha janela sussurra o vento,
enrolam-se-me os dias repetidos
nesta estranha sequência sem fim.

Na minha janela espreitam gaivotas,
enrolam-se-me os poucos carros
no silêncio das ruas desertas.

Na minha janela ecoam canções de amor,
enrolam-se-me as mãos aos corpos
deitados num sono acordado. 

Na minha janela batem as gaivotas
no silêncio dos dias repetidos

Na minha janela ecoam as estrelas
deitadas nos meus cabelos ruivos

Na minha janela salpicam canções de amor
enroladas nos corpos inquietos

Na minha janela espreita o vento
projectado na luz da lua

Na minha janela sussurram as ondas mar
em estranhos sonhos desertos

Liliana Lima