Estás a prender-te aqui?
Ou estás presa dentro de ti?
Não queres ir?
Ou não sabes como sair?
Seja como for já não te posso ajudar...
Seja como for já não há ajuda que te pudesse dar...
Sento-me aqui, ao fundo da cama, todos os dias
ao entrar arranjo-te o (pouco) cabelo
E lembro-te que não precisas acreditar
eu acredito por nós duas
e,sei, podes seguir em paz
Ficas imóvel
olhando o tecto
ou de olhos cemi-cerrados
Inspiras
Expiras
E continuas imóvel
sem me ver
Falo contigo, digo disparates...
Entramos e saímos
e todas fazemos o mesmo..
Nada
Velamos a tua luta, estóica,
com um final à vista
e um porto pronto a aportar
Estás a prender-te aqui?
Ou estás presa dentro de ti?
Liliana Lima